Resumo
Esta resenha foi elaborada com base no Trabalho de Conclusão de Curso de Psicologia da FHO|Uniararas: “O Discurso que enclausura: o lugar que o louco, a loucura e o manicômio ocupam na subjetividade ararense”, desenvolvido no ano de 2005 por João Paulo Pitoli. Um instigante trabalho sobre a loucura e os seus modos de tratamento, cujo tema se refere às concepções que os habitantes de um município do interior de São Paulo possuem a respeito da temática da loucura e dos chamados “loucos da cidade”, partindo da questão: o que havia em particular na subjetividade de Araras em relação ao seu encontro com o louco, a loucura e a formação de um grande manicômio? Pitoli presenteia-nos com seu trabalho, que fascina o leitor com seu modo de escrita e desenvolvimento do tema, gera incômodos, traz questionamentos e reflexões sobre os assuntos apresentados e discutidos, além de provocar mobilizações e esperanças em relação à subjetividade ararense e aos modos de cuidado em liberdade, modos estes que não existiam até o ano de 2005. O autor parte de suas experiências, memórias e de teóricos, como Foucault e Marlene Guirado, para refletir sobre alguns elementos da subjetividade ararense em relação à saúde mental. Na discussão e na análise de suas entrevistas, foram levantados temas, como o “louco perigoso”, “o louco nunca visto”, “o louco como um desarrazoado... Como um animal?”. O autor conclui que a cidade ainda possui uma subjetividade que “aprisiona” o louco e um olhar para a loucura que não difere muito dos discursos de décadas atrás, quando o manicômio foi construído na cidade. Por isso, o trabalho de Pitoli (2005) continua tendo importância, já que ainda é necessário que esses modos de cuidado sejam introduzidos, possibilitando outras formas de se olhar para o louco e para o diferente.
Referências
PITOLI, J. P. O discurso que enclausura: o lugar que o louco, a loucura e o manicômio ocupa na subjetividade ararense. Trabalho de Conclusão
de Curso, FHO|Uniararas. Araras, SP, 2005
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