Resumo
A hipertensão é um fator de risco de alta prevalência para as doenças cardiovasculares, principalmente no mundo industrializado. Estima-se que cerca de 50% dos indivíduos com idade acima de 65 anos apresentam hipertensão arterial. O envelhecimento também é acompanhado de aumento progressivo de doenças reumáticas, destacando-se a osteoartrite e a artrite reumatoide. No tratamento desses doentes, o uso de drogas analgésicas e anti-inflamatórias, com destaque para o uso de anti-inflamatórios (AINEs) é indicado com frequência. A maior convivência com doenças crônicas da terceira idade (cerca de 20% da população adulta mundial) faz dos idosos grandes consumidores de serviços de saúde e de medicamentos. Os AINEs estão entre as drogas mais prescritas no Brasil. A possibilidade de compra sem prescrição médica aumenta ainda mais o uso, principalmente entre os idosos. Dada a alta prevalência de hipertensão arterial, é muito frequente o uso concomitante de AINEs e anti-hipertensivos no mesmo paciente, assim como o surgimento de interações medicamentosas clinicamente significativas entre tais classes de fármacos. Os AINEs podem bloquear os efeitos anti-hipertensivos dos diuréticos tiazídicos e de alça, os antagonistas de receptores alfa e dos receptores betaadrenérgicos, bem como os agentes que inibem o sistema renina-angiotensina-aldosterona. Estudos clínicos demonstraram que, à semelhança dos AINEs não seletivos, os inibidores seletivos da COX-2 podem induzir ou agravar a hipertensão arterial já existente. O objetivo desta revisão é avaliar as interações medicamentosas entre antihipertensivo e anti-inflamatórios não esteroidais.
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