Resumo
A hemiparesia é uma das consequências do Acidente Vascular Encefálico que promove alterações na postura do indivíduo e na movimentação do membro afetado, causando déficits na capacidade funcional. Este trabalho tem como objetivo verificar os resultados da intervenção com o Método Pilates na postura, na amplitude de movimento do membro superior (MMSS) e na função do MMSS de um indivíduo hemiparético. A avaliação postural e a amplitude de movimento (ADM) foram avaliadas com a Biofotometria Computadorizada, e a função de membro superior, pela escala Fugl-Meyer (EFM). O Método Pilates foi aplicado em duas etapas, com 20 sessões cada uma, duas vezes por semana com duração de 50 minutos. O indivíduo foi avaliado e reavaliado entre uma etapa e outra para posterior comparação dos resultados em ambas as intervenções. Entre as etapas, houve um período de três meses sem aplicação da técnica, e, neste tempo, o indivíduo permaneceu somente com tratamento da fisioterapia convencional. Observou-se que tanto na primeira etapa de intervenção quanto na segunda houve melhora no alinhamento postural e na ADM. Já em relação à funcionalidade do membro superior acometido, o Método não trouxe grandes benefícios, o que sugere que a técnica não melhora a funcionalidade do MMSS. Verificou-se também que no período de três meses em que o indivíduo não realizou Pilates houve diminuição das alterações que ganhou com a prática do Método, mesmo estando no tratamento com a fisioterapia convencional. Dessa forma, pode-se dizer que o Pilates influenciou de forma positiva a postura e a amplitude de movimento do membro superior do indivíduo hemiparético; porém, o Método deve ser associado a outras intervenções para a melhora da função.
Referências
AGUIAR, P. T.; ROCHA, T. N.; OLIVEIRA, E. S. Escalas de controle de tronco como prognóstico funcional em pacientes após Acidente Vascular Encefálico. Acta Fisiátrica Instituto de Medicina Física e Reabilitação, v. 15, n. 3, set. 2008. Disponível em: http://www.actafisiatrica.org.br/detalhe_artigo.asp?id=137. Acesso em: 22 ago. 2015.
BARROS, A. F. S. et al. Análise de intervenções fisioterapêuticas na qualidade de vida de pacientes pós-AVC. Revista Neurociências, São Paulo, v. 22, n. 2, p. 308-314, abr. 2014.
BREDA, B. C.; STOROLLI, P. G.; SILVA, P. L. A influência do Método Pilates em um indivíduo com Paralisia Cerebral do tipo diparética espástica. Trabalho de Conclusão de Curso de Fisioterapia da Fundação Hermínio Ometto, UNIARARAS, 2013.
BRUNELLI, A. R.; VICENTE, E. Os efeitos do Método Pilates no equilíbrio e na marcha de pacientes com acidente vascular encefálico (AVE). Trabalho de Conclusão de Curso de Fisioterapia da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, 2009.
COMUNELLO, J. F. Benefícios do Método Pilates e sua aplicação na reabilitação. Artigo de Revisão do Instituto Salus, maio/jun. 2011. Disponível em: http://www.pilatesfisios.it/ricerche%20pdf/BENEFICIOS%20DO%20METODO%20PILATES.pdf. Acesso em: 11 agosto 2015.
FALCÃO, L. K. C.; ANTUNES, E. D.; SIERRA, J. R. Intervenções de fortalecimento muscular após o acidente vascular cerebral: uma revisão. Trabalho de Conclusão de Pós-Graduação em Fisioterapia Neurofuncional da Universidade Tuiuti do Paraná, 2008.
GLADSTONE, D. J.; DANIELLS, C. J.; BLACK, S. E. The Fugl-Meyer Assessment of motor recovery after stroke: a critical review of its measurement properties. Neurorehabil Neural Repair, v. 16, p. 232-240, 2002.
GUERRERO, M. A. S.; CHACUA, M. A. V.; ROLDAN, A. M. B. Pilates y los cambios posturales en personas con enfermedad cerebro-vascular-vascular. Resúmenes XV Simposio de Investigaciones en Salud, Cali, Colombia, 2013.
JUNQUEIRA, R. T.; RIBEIRO, A. M. B.; SCIANNI, A. A. Efeitos do fortalecimento muscular e sua relação com a atividade funcional e a espasticidade em indivíduos hemiparéticos. Revista Brasileira de Fisioterapia, São Paulo, v. 8, n. 3, p. 247-252. jun. 2004.
MELO, P. G. Análise da força muscular e mobilidade do tronco de indivíduos pós-acidente vascular encefálico e sua relação com a função respiratória. 2012. 68f. Dissertação (Mestrado em Fisioterapia) – Pós-Graduação em Fisioterapia, Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, 2012.
MOURA, R. M. B. et al. A importância da imagem corporal na assimetria da postura em pacientes hemiplégicos e hemiparéticos. Scire Salutis, Aquidabã, v. 2, n. 2, p. 16-28, set. 2012.
NUNES JR., P. C. et al. Os efeitos do método pilates no alinhamento postural: estudo piloto. Fisioterapia Ser, Rio de Janeiro, v. 3, n. 4, p. 211-215, 2008.
PEREIRA, B. C.; MEDALHA, C.C. Avaliação postural por fotometria em pacientes hemiplégicos. ConScientiae Saúde, v. 7, n. 1, p. 35-42, 2008.
POMPEU, S. M. A. A. et al. Correlação entre função motora, equilíbrio e força respiratória pós Acidente Vascular Cerebral. Revista Neurociências, São Paulo. v. 19, n. 4, p. 614-620, maio 2011.
RIBEIRO, P. M.; SILVA, P. L. Influência do Método Pilates na descarga de peso na Paralisia Cerebral diparética hipertônica: estudo de caso. Trabalho de Conclusão de Curso de Fisioterapia da Fundação Hermínio Ometto, UNIARARAS, 2013.
RODRIGUES, B. G. S. Método Pilates: uma nova proposta em reabilitação física. Set. 2006. Disponível em: http:/www.efisioterapia.net/descargas/pdfs/pilates.pdf. Acesso em: 18 agosto 2015.
SILVA, A. C. L. G.; MANNRICH, G. Pilates na reabilitação: uma revisão sistemática. Fisioterapia e Movimento, Curitiba, v. 22, n. 3, p. 449-455, jul./set. 2009.
TELES, M. S.; GUSMÃO, C. Avaliação funcional de pacientes com Acidente Vascular Cerebral utilizando o protocolo de Fugl-Meyer. Revista Neurociências, São Paulo, v. 20, n. 1, p. 42-49, jul. 2011.
TEIXEIRA, I. N. D. O. O envelhecimento cortical e a reorganização neural após o acidente vascular encefálico (AVE): implicações para a reabilitação. Ciência & Saúde Coletiva, Curitiba, v. 13, (Sup. 2), p. 2.171-2.178, 2008.
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Copyright (c) 2016 Patrícia Gisele Storolli; Paula Lumy da Silva