Estudo sobre o uso irracional de benzodiazepínicos realizado em uma drogaria particular localizada na cidade de Ibaté-SP
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Palavras-chave

Benzodiazepínicos
Psicotrópicos
Ansiedade

Como Citar

MARCO, . A. de; NAVARRO, . F.; CONTIERI, . B. Estudo sobre o uso irracional de benzodiazepínicos realizado em uma drogaria particular localizada na cidade de Ibaté-SP. Revista Científica da FHO|Uniararas, Araras, SP, v. 3, n. 2, p. 20–29, 2015. DOI: 10.55660/revfho.v3i2.77. Disponível em: https://ojs.fho.edu.br:8481/revfho/article/view/77. Acesso em: 9 out. 2024.

Resumo

A ocorrência do uso desorientado de benzodiazepínicos, fármacos de fácil acesso aos consumidores, concebe inúmeros efeitos aos pacientes que passam a ser dependentes deles. Por conta da recorrência desses efeitos, este estudo buscou dados estatísticos sobre a venda de cinco dos principais benzodiazepínicos existentes no mercado farmacêutico realizada durante o ano de 2014 em uma drogaria particular da cidade de Ibaté, interior de São Paulo, a fim de avaliar e identificar os possíveis fatores que motivam os usuários a fazer uso dessa classe medicamentosa. A metodologia fundamentou-se em uma pesquisa de campo, por meio da qual buscou-se quantificar quantas caixas e comprimidos foram vendidos, quantos pacientes utilizaram os neurofármacos, bem como o sexo e a faixa etária destes. Com os resultados, foi possível verificar que a venda desses ansiolíticos é bastante significativa e que o número de pacientes que utilizou essas substâncias foi inferior ao número das notificações retidas, permitindo-se observar que houve uso contínuo do tratamento por alguns pacientes em meses consecutivos. Além da amostra sobre o número das vendas dos ansiolíticos, por meio da pesquisa notou-se a prevalência de mulheres e idosos que consumiram os neurofármacos durante o ano, o que pode ser associado a estudos recentes que apontam que os indivíduos podem estar utilizando tranquilizantes por estes representarem um recurso mais fácil e alcançável para amenizar seus impasses pessoais. Diante disso, pode-se dizer que os profissionais da saúde estão diretamente ligados ao fácil acesso dos benzodiazepínicos pela população e que a sociedade não possui orientações insuficientes no que diz respeito ao risco de desenvolvimento de dependência, tolerância e sérios efeitos colaterais.

https://doi.org/10.55660/revfho.v3i2.77
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Copyright (c) 2015 Bianca Aparecida de Marco; Fernanda Flores Navarro; Natália Bertini Contieri

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